A Copa do Mundo 2018, a mais tecnológica de todos os tempos, mal terminou e já deixou saudades. Principalmente, porque essa foi uma edição diferente do usual: seleções equilibradas, final inédita, consolidação do jogo globalizado e o fim das barreiras de conhecimento.

Fomos surpreendidos com alguns fatos admiráveis, como a eleição do Luka Modrić, do Real Madrid, como o melhor jogador da competição. O atleta de 32 anos ganhou a Bola de Ouro da Copa do Mundo por vários fatores, entre eles, conduzir a Croácia à melhor campanha da história.

Faltaram palavras para o talento e a capacidade de decisão de Kylian Mbappé, escolhido como o destaque da competição. Ao balançar as redes no jogo contra a Croácia, o francês igualou Pelé e tornou-se o segundo jogador com menos de 20 anos a marcar um gol na final do Mundial.

Aliás, na verdade, em alguns momentos, sobraram palavras. Como a frase “Ele não corre, ele voa!”, pronunciada por Galvão Bueno nos 12 primeiros minutos de França X Bélgica, depois de mais uma arrancada impressionante do jogador.

E, na verdade, foi quase isso. Durante a Copa, Mbappé atingiu a velocidade máxima de 32,4 km/h. Apenas um pouco abaixo de Cristiano Ronaldo que atingiu 34 km/h.

Isso chamou a atenção do mundo. E, claro, a nossa. Afinal, gostamos pouco de números! Partindo desse contexto, veio a provocação: quais foram as distâncias percorridas por todas as seleções na primeira fase? Será que são muito diferentes dos times da série A do Campeonato Brasileiro?

Lições da Copa do Mundo: por que devemos gostar mais dos números no futebol

Perdemos para a Bélgica e doeu. Mas é aquela derrota didática ou, pelo menos, deveria ser. Esses caras estão na elite do futebol europeu faz uns anos. Lembra que dissemos acima que o futebol agora é globalizado? Pois é, os belgas são os protagonistas nisso.

Faz alguns anos que eles investiram em um trabalho sério de construção de base e se a pessoa não virar jogador pode tornar-se um profissional do futebol, preparador físico, fisiologista, auxiliar técnico… a lista é longa. Ou seja, eles fazem tudo que nós não fazemos.

Perder para a Bélgica, assim como para a Alemanha, é a oportunidade de aprender uma lição. O fato é que os belgas viraram jogadores dos bons. É difícil assumir no país do futebol que os outros nos alcançaram. Por isso, precisamos nos destacar novamente. E dessa vez, temos a tecnologia a nosso favor.

Conversamos anteriormente sobre como as planilhas precisam ser aposentadas nos treinos. Estamos chamando atenção para a importância da análise de dados performáticos no futebol, algo que vai muito além de apenas coletar por GPS.

Estamos falando da comparação das cargas dos microciclos anteriores, contrapor as distâncias percorridas, as perdas hídricas e os dados subjetivos de cada jogador. Essa é uma aplicação prática de como a tecnologia vai revolucionar o futebol.

Por isso, pensamos que levantar dados sobre a Copa do Mundo, como a distância percorrida e comparar com os dos times nacionais traria duas vantagens principais: 1) Ajudaria a melhorar a percepção sobre os números dos times; 2) Forneceria uma noção real das médias dos dados dos jogadores para aprimoração dos treinos. Agora, como fazer isso?

Como comparar as distâncias percorridas?

Do lado da Copa do Mundo, as coisas foram bem mais fáceis. Foi utilizado durante as partidas da primeira fase, um sistema de câmeras fixas chamado LPS (sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Local) cujas imagens fornecem as métricas de desempenho físico dos atletas.

Munidos desses dados, conseguimos montar um estudo onde calculamos o tempo de todos os jogos da Copa na primeira fase. Cruzamos todas as partidas, consideramos os acréscimos e chegamos um tempo médio de 96.98 minutos. Então começou a segunda etapa: separamos a distância percorrida de todas as seleções, nos três jogos da primeira fase. Com isso, chegamos na média.

Os outros números foram consequência: a distância média por jogador (desconsiderando goleiro) e a distância média por minuto..

Vamos usar como exemplo o Brasil:

Brasil

1º jogo: 103 quilômetros
2º jogo: 105 quilômetros
3º jogo: 105 quilômetros
Distância média por jogador: 9.95
Distância média por minuto: 102,6 metros

Deu trabalho. Mas esse levantamento nos fez chegar à seguinte conclusão: os jogadores das seleções na Copa (Primeira Fase) correram em média 102 metros por minuto de jogo da Copa do Mundo. Ou seja, o Brasil ficou bem perto da média.

Agora, como comparar com os números do Campeonato Brasileiro? A maior dificuldade é a ausência da precisão: não existem dados oficiais justamente pela ausência do sistema de câmeras fixas chamado LPS. Cabe a cada clube monitorar os seus atletas e, assim, traçar comparativos com os campeonatos de mais alto nível, como a Copa do Mundo.

Fica a provocação: saber a distância percorrida pelos jogadores não seria um diferencial que poderia mudar o jogo?

Distância percorrida: qual a diferença do seu time para as seleções?

A distância percorrida é aquele tipo de informação que ajuda a evitar lesões, a melhorar o desempenho, a acabar com o famoso “migué” e a descobrir o ritmo de jogo percorrido por minuto por atleta . O Corinthians é um time que faz isso, por exemplo.

Nos times que utilizam a tecnologia da plataforma JogaPro, nós coletamos esses dados com os dispositivos Samsung Gear Fit2 Pro com sensor GPS assistido por um acelerômetro e, depois, interpretamos por uma plataforma inteligente que auxilia na otimização do desempenho dos times e amplia a visibilidade dos jogadores.

Assim, nós conseguimos calcular a distância média percorrida pelos atletas nas partidas do Campeonato Brasileiro, comparar com a média de 102 metros por minuto da copa do Mundo ou 9210 metros a cada 90 minutos de jogo da Copa do Mundo e chegar a uma diferença percentual entre a distância média dos jogadores do time em questão e apresentar resultados concretos.

Claro que, devido aos diferentes sistemas utilizados, pode haver uma diferença, ainda que pequena, na distância aferida. Mas a questão é que a tecnologia oferece essa possibilidade. Se você quiser chegar em números precisos e interessantes sobre o seu time, o primeiro passo é investir em uma solução de aferimento e interpretação de dados.